terça-feira, 31 de outubro de 2017

O DIÁRIO DA MATILDE - O MEU PRIMEIRO ANO DE ESCOLA

FÉRIAS DE CARNAVAL

Que mundo tão estranho, o nosso, feito do magnífico e do atroz, onde, nas Filipinas, ainda vivem oito milhões de crianças que trabalham para sobreviver, ao mesmo tempo que o robot “Spirit”, sob ordens electrónicas emanadas da Terra, perfurou dez centímetros da superfície marciana. 
Que mundo tão estranho, o nosso que ao mesmo tempo que se prepara para abandonar o planeta natal e um dia colonizar outros planetas, tão perto vive do limiar da extinção, como uma pequena chama que um vento traiçoeiro faz abanar. 



Portugal é que já não tem cura. 
Cada vez mais me convenço que o estado está sujeito aos diktats de máfias variadas, qual delas a mais predadora e perniciosa. 
E não vejo que no actual espectro partidário haja coragem e capacidade para cortar os tentáculos desta teia que acaba por formar uma espécie de super-polvo que tudo abafa e suga com a sua sede cleptómana.

Mas desde a queda do comunismo que as máfias de Leste têm provocado um choque de corrupção por todo o lado, especialmente no vizinho Ocidente europeu, onde os exemplos de escandaleiras na Alemanha e em França dão mote para algum pessimismo. 
E eu não tenho dúvidas que é aqui que reside o principal e o pior desafio que actualmente se coloca às democracias. 
É que os poderes mafiosos se não forem controlados e, preferencialmente, aniquilados, estiolam, por completo, o estado de direito e sem este não há democracia possível. 

Virá o nosso país a ser o paraíso do crime organizado? 



Só espero que a Margarida e a Matilde se preparem para fugir desta pátria madrasta. 



Bolas, a máquina fotográfica está avariada; não sei como nem porquê. Espero, isso sim que ela fique reparada até ao fim do próximo mês e nestes dias que vamos passar em Bragança, terei que me servir da máquina da Margarida. 
Faço votos para que as fotografias que tirei em Conímbriga tenham ficado boas. 


 Alhos Vedros 
  20/02/2004

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