quarta-feira, 19 de julho de 2017

José Flórido

Certo jornalista, durante uma entrevista que fez ao Dalai Lama, comentou a determinada altura: "Vocês, budistas, acreditam na reencarnação..." Ao que o Dalai Lama respondeu: " Não se trata de uma crença... Quem não sabe isso, é por ignorância."

Fiquei a pensar. Na verdade, muitos, que dizem "acreditar na reencarnação", são tão ou mais ignorantes a esse respeito que aqueles que "acreditam". E têm, aliás, a vantagem de não estar, como os outros, iludidos por um falso saber. Por...que, afinal, o que o representante supremo do budismo quis dizer é que só pode saber verdadeiramente alguma coisa sobre este assunto quem tenha uma experiência real desse facto ou, talvez, quem consiga abrir as portas do seu próprio ser ao Saber real, ou infuso, que lhe permita ter acesso imediato a esse conhecimento.

Confesso, no entanto, a minha incerteza, ou a minha falsa certeza. Mas, admito que a palavra "reeencarnação", não seja a mais adequada, porque as "personalidades" não reencarnam. Talvez, por esse motivo, os termos "Recorrência" ou "Renovação" sejam mais expressivos e traduzam melhor a ideia contida no simbolismo da "Espiral": a de que tudo se renova e se projeta numa outra dimensão, abrindo-se um novo ciclo de vida.

Acreditar na reencarnação é muito pouco. Como é muito pouco acreditar em Deus. Disse, por isso, Agostinho da Silva:
"Crente é pouco
sê-te Deus
e para a nada que é tudo
inventa caminhos teus"

José Flórido
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