domingo, 19 de abril de 2015


MIRADOURO 15 / 2015
(esta rúbrica não respeita as regras do acordo ortográfico)


Pensamentos Vagabundos

Do tempo que passa e passou restam memórias. Recordações que nos visitam e que conotamos em função do estado do tempo que interiormente medra.
Umas vezes, gratidão pelo vivenciado, outras, frustração pelo desperdiçado.
Lembramos frequentemente pessoas importantes nas nossas vidas.
As mais importantes.
Aquelas que nos são inquestionáveis
Todos “temos” pessoas assim.
Algumas já não estão por cá e são-nos inacessíveis.
Com algumas, comungámos respiração e sonhos, realizámos projectos, construímos amor na harmonia possível dos dias partilhados. Com outras, talvez nem tanto e daí a sensação insuportável de falha. De que algo, talvez não fundamental mas seguramente importante, ficou por declarar, algo que se não chegou a manifestar em toda a sua extensão e que decerto se justificava.
Parece que é mais fácil e infalível a transmissão de aversões do que a declaração de amores.
No amor falha-se mais.
Não deveria ser mas, parece que é.

                                                                                                               Manuel João Croca



2 comentários:

A.Tapadinhas disse...

MJC: Nunca tinha pensado sobre o que dizes: "Parece que é mais fácil e infalível a transmissão de aversões do que a declaração de amores.
No amor falha-se mais."

Acho que tens toda a razão. É mais fácil juntar aversões e ódios, talvez porque o amor é mais intimista. Temos interiorizado que o ódio é viril, másculo e o amor é o seu contrário.
Têm andado a enganar-nos...

Abraço,
António

estudo geral disse...

Já há muito tempo que me dei conta desse engano tão semeado por tantos Amigo António.

Apesar de no fundo todos e cada um sabermos que a única resposta satisfatória reside na procura e afirmação do amor, persiste-se no erro que impede a verdadeira realização individual e colectiva.

Não sei se é por ser, aparentemente, mais viril (parece um pouco tolo mas talvez tenhas razão) mas de certeza que exige menos interacção, é uma manifestação mais individualista e que, na prática, se traduz num "dividir para reinar".

Enfim, parece-me já que nestas coisas não dá para grandes certezas.

Abraço.

Croca